
Wilhelm Reich faz a pergunta essencial em seu livro “Psicologia de massas do fascismo”: por que as pessoas que são exploradas não se revoltam contra a opressão e os que passam fome não passam a roubar?
Diz ele que a psique que envolve esta relação é complexa. Ao analisar a ascensão do fascismo /nazismo na Alemanha com Hitler, percebeu que Hitler apesar de as detestar manipulava as massas ao atender seus sentimentos de medo.
Olho para a situação atual e vejo, com igual perplexidade, a adesão maciça ao capitão reformado. Os instintos, os mais primitivos, desabrocham como na Alemanha de Hitler. Por incrível que seja, neste tsunami estão também trabalhadores, negros, mulheres e gays, que o transformam em “mito”.
Pergunto aos meus botões: como pode isto? Um cara com entranhado obscurantismo, que desrespeita a todos, inclusive ao trabalhador votando sempre contra seus direitos. Cada povo constrói seus mitos segundo suas neuroses, e este falando barbaridades, que passam batidas pelo crivo popular, esbravejando sua suposta valentia, fugindo de embates com seu oponente, para não correr o risco de ao mostrar sua face de total despreparo, finalmente, o povão possa despertar e ver que “o rei está nu!”
O que dá ânimo à minha alma, é saber que “pode-se enganar a todos por algum tempo; pode-se enganar alguns por todo o tempo; mas não se pode enganar a todos todo o tempo”.
A angústia é que até que se desvende isso, a terra já estará arrasada. O cabo Hitler, seduziu multidões e as conduziu ao desastre total.
O Brasil cobiçado por suas riquezas e potencial, está sujeito à um desequilibrado, que premido pelas dificuldades que irá enfrentar, pode usar a artimanha de fuga para a frente e, com arroubos “nacionalistas”, inventar uma disputa e se empenhar numa empreitada – guerra? – contra a Venezuela, por exemplo, fazendo o serviço sujo para os ianques…
Claro que devidamente manipulado (como agora, com as fakes news profissionalmente conduzidas) poderia entupir de fervor cívico todos os que, maníacos, estejam psicologicamente integrados a essa dimensão trágica do ser humano, a barbárie. Uma guerra para os militares se esbaldarem e um país devastado para se “conquistar” e “salvar”.
Não se pode esquecer de Sadam Hussein, que também tinha seus filhos comandantes em chefe, e que usado e abusado pela metrópole ao se negar ser teleguiado foi expurgado, transformado em monstro, jogado fora, enforcado com o Alcorão na mão pelos seus amigos de antão.
Serão gerações para superar a devastação que virá. Retorno a Reich, que perseguido tanto na Alemanha quanto nos EUA, mostrou caminhar similar de Hitler, ingredientes semelhantes, com apoio do povo, até de judeus e, naturalmente, dos ricos e muito ricos, os que se lixam para o futuro e a soberania do país desde que seus muitos $$$$ estejam garantidos. Hitler, qual escorpião, seguindo sua natureza intrínseca, acabou por picar a todos.