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Sedentarismo excessivo pode agravar a saúde mental de adolescentes, aponta estudo

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impacto do sedentarismo na saúde mental dos adolescentes
pesquisa revela impacto do sedentarismo na saúde mental dos adolescentes / Foto: Governo de SP

Um estudo recente publicado no Journal of Adolescent Health revelou que adolescentes que passam mais de três horas diárias em comportamentos sedentários, como jogar videogame, ler por lazer ou utilizar dispositivos eletrônicos, têm maior risco de desenvolver sofrimento psicológico. Por outro lado, um tempo moderado de exposição a telas para atividades educacionais pode atuar como fator protetor.

A pesquisa analisou dados de 3.675 jovens entre 14 e 17 anos, acompanhados pelo Millennium Cohort Study. Os pesquisadores registraram os hábitos diários desses adolescentes, categorizando atividades como educacionais, de lazer e físicas. Aos 17 anos, os participantes responderam a um questionário baseado na escala de Kessler, que avalia sintomas como ansiedade, depressão e desesperança.

Os resultados apontaram que aqueles que passavam mais de 180 minutos diários em telas para lazer apresentaram maior sofrimento psicológico na fase seguinte do estudo. Surpreendentemente, adolescentes que dedicavam tempo excessivo à leitura por lazer também relataram maior sofrimento mental, possivelmente por reduzirem interações sociais e exposição à luz azul de dispositivos eletrônicos.

Os pesquisadores sugerem medidas para minimizar esses impactos negativos, incluindo limites de tempo de tela para lazer, incentivo a atividades educativas e sociais, e abordagem diferenciada para meninos e meninas, já que os padrões de uso de telas variam entre os gêneros. Outra recomendação é promover o equilíbrio entre diferentes atividades, encorajando práticas que incluam interações presenciais e atividades ao ar livre.

Além disso, os especialistas alertam que a educação digital também deve fazer parte das políticas de intervenção, garantindo que os jovens aprendam a administrar melhor seu tempo de tela. Incentivar pausas regulares, criar espaços livres de telas e oferecer alternativas de lazer saudáveis são algumas das estratégias que podem ajudar a reduzir os impactos negativos do sedentarismo digital.

O estudo reforça a importância de um equilíbrio entre atividades sedentárias e interações sociais e físicas, destacando que o problema não está apenas no tempo de tela, mas na forma como ele é utilizado. Os pesquisadores enfatizam a necessidade de intervenções que ajudem a reduzir o tempo excessivo gasto em lazer digital e promovam hábitos mais saudáveis entre os adolescentes, garantindo um desenvolvimento mental mais equilibrado e positivo.