A Confederação Nacional do Transporte (CNT) divulgou nesta terça-feira, 21, a primeira Pesquisa CNT Perfil dos Motoristas de Ônibus Urbanos. No levantamento, quase um terço (28,7%) dos entrevistados diz ter sido vítima de assalto pelo menos uma vez nos últimos dois anos.

Além disso, 3,1% informaram que neste mesmo período o ônibus em que trabalhavam sofreu incêndio proposital ou alguma tentativa. Um terço (33,2%) se envolveu em pelo menos um acidente nos últimos dois anos.

57% destacaram que a profissão é desgastante, estressante ou fisicamente cansativa. Outros 35,9% consideram uma profissão perigosa e 19,8%, arriscada, devido à possibilidade de acidentes.

“Cerca de um terço já sofreu algum assalto nos últimos dois anos. Além disso, os motoristas cumprem, diariamente, rotinas de trabalho desgastantes, causadas pelos constantes congestionamentos”, afirma Clésio Andrade, presidente da CNT.

“Fica clara, então, a necessidade de investimentos em segurança pública, em infraestrutura viária e em pontos de apoio para acolher esses profissionais”, completa Clésio Andrade.

A pesquisa também revela dados positivos relacionados à profissão. Um quarto dos entrevistados (24,5%) está há mais de dez anos na mesma empresa e 75,5% dizem que estão satisfeitos e não têm vontade de trocar de emprego.

Ao falarem sobre o motivo de ter escolhido esta atividade, 70,6% afirmam que gostam de dirigir ônibus urbanos e 33,0% dizem que essa profissão oferece um salário melhor do que outras.

A maioria dos entrevistados (70%) possuía outra profissão anteriormente e acredita que a situação financeira melhorou ao começar a trabalhar como motorista profissional.

O tempo médio em que os entrevistados estão nessa área é de 12,1 anos, sendo que 68,7% atuam no segmento há mais de cinco anos.

Na, amostragem, foram entrevistados 1.055 motoristas em 12 Unidades da Federação de todas as regiões do país, entre os dias 6 e 19 de dezembro de 2016.

As entrevistas foram feitas nas garagens das empresas e em terminais rodoviários e constatam que a maioria dos motoristas (77,5%) dirige veículos com algum sistema de rastreamento com GPS (67,8%) para orientação; roda, em média, 151,9 km por dia; trabalha 8,3 horas diariamente e 5,9 dias por semana. A média de idade dos veículos é de 5,3 anos.

Infraestrutura 

As condições da infraestrutura também são dificuldades enfrentadas no dia a dia dos motoristas. O pavimento das ruas e avenidas foi considerado regular, ruim ou péssimo para 77,6% dos entrevistados.

Já em relação à fluidez do tráfego, 81,8% relataram que há problemas.

Reivindicações  

As principais reivindicações dos motoristas de ônibus urbanos são a maior segurança policial (61,7%), a necessidade de pontos de apoio ao motorista com mais conforto e estrutura (33,7%), vias especiais exclusivas para ônibus (29,4%) e a redução dos custos de aquisição da carteira de motorista (24,5%).

Sobre o SEST SENAT

Do total de entrevistados, 89,1% conhecem o SEST SENAT (Serviço Social do Transporte e Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte).

Desses, 71,1% já fizeram algum curso presencial na instituição e 97,2% consideram que os treinamentos contribuíram para a melhoria do seu desempenho profissional.

Entre os motoristas de ônibus que já foram atendidos nas especialidades de odontologia, fisioterapia, psicologia ou nutrição, 91,1% avaliam que os serviços contribuem para a manutenção da sua saúde e da sua qualidade de vida.

Entre os motoristas que já fizeram alguma consulta, 42,7% disseram que procuram o SEST SENAT para prevenção e 25,0% quando sentem alguma dor.

A maioria (86,7%) dos entrevistados que conhecem o SEST SENAT disse que indicaria os serviços da entidade para algum conhecido.

Clésio Andrade, presidente da CNT, ressalta também que a pesquisa mostra a forte atuação do SEST SENAT na defesa do trabalhador do transporte.

“Os motoristas de ônibus urbanos reconhecem que os atendimentos são fundamentais para melhorar o seu desempenho profissional e a sua qualidade de vida”.

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