Eleito com 79% do votos para a prefeitura de Embu das Artes, Ney Santos (PRB) teve prisão preventiva decretada pelo Ministério Público na manhã desta sexta-feira, 9. Ele é acusado de ser um dos responsáveis por lavar o dinheiro do tráfico de drogas comandado pela facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital). Até as 12h, o político ainda não havia sido localizado pela polícia.
A primeira fase da Operação Xibalta mira ainda outras 13 pessoas. Sete delas já estavam presas às 12h. Também foram expedidos 49 mandados de busca e apreensão. A operação, cujo nome significa o submundo na mitologia maia, visa o desmonte da organização criminosa voltada à prática do crime de lavagem de dinheiro vinda do tráfico de drogas, atuante especialmente nas cidades de Embu das Artes, Osasco, Taboão da Serra, Carapicuíba, Cajamar e São Paulo, instrumentalizada, em especial, através da constituição e administração de postos de combustíveis.
A investigação realizada em Procedimento Investigatório Criminal pelo Gaeco ensejou a propositura da ação penal n. 0008568-06.2016.8.26.0176, que tramita em segredo de Justiça na 1ª Vara Judicial de Embu das Artes.
Para o cumprimento dos 63 mandados judiciais, sendo 49 mandados de busca e apreensão e 14 mandados de prisão preventiva, o Ministério Público contou com atuação de 32 promotores de Justiça e 200 policiais da Corregedoria da Polícia Militar de São Paulo.
A ação contou com promotores e policiais militares com cães farejadores por volta das 6h. As duas casas do prefeito eleito, em Alphaville, foram vasculhadas, mas ele não foi encontrado. A informação é de que o vereador está viajando com familiares.
De acordo com o MP, Santos lavava as quantias arrecadadas pelo crime organizado com o tráfico em postos de combustível. Em sua declaração de bens à Justiça Eleitoral, o político afirmou ser dono ou sócio de seis estabelecimentos do tipo. Ele informou possuir um patrimônio de R$ 2,065 milhões e que grande parte deste montante (R$ 1,6 milhão) era guardado em dinheiro vivo.
Em 2010, a polícia apreendeu computadores, máquinas de contar dinheiro e uma Ferrari avaliada em mais de R$ 1 milhão em seus endereços. À época, ele era suspeito de uma extensa lista de crimes, que inclui lavagem de dinheiro, estelionato, sonegação fiscal, adulteração de combustível e formação de quadrilha.
Ney Santos é o segundo prefeito eleito na região que teve a prisão decretada pelo MP essa semana. Na terça-feira, 6, o prefeito eleito em Osasco Rogério Lins (PTB), além de mais 13 vereadores, tiveram prisões decretadas na Operação Caça Fantasmas, que investiga a contratação de funcionários fantasmas na Câmara de Osasco.