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Justiça tira do ar Diário do Centro do Mundo e entidades denunciam censura

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Decisão judicial derrubou o site Diário do Centro do Mundo / Foto: Reprodução

Uma decisão do Tribunal de Justiça de Tocantins retirou do ar o portal de notícias Diário do Centro do Mundo nesta quarta-feira (7). A medida, que atende ao pedido da deputada estadual do PL Janad Valcari, candidata à prefeita de Palmas (TO), está sendo criticada pelas entidades de defesa do jornalismo.

Valcari acionou a Justiça para contestar uma matéria publicada pelo DCM, em novembro passado, na qual o portal menciona que a parlamentar bolsonarista teria faturado R$ 23 milhões por meio de um suposto esquema envolvendo prefeituras e a banda Barões da Pisadinha, da qual ela foi empresária até o mês seguinte – quando repassou o cargo ao filho, segundo o UOL. A determinação da justiça, no entanto, acabou removendo todo o conteúdo do site do ar.

Para a ABMD (Associação Brasileira de Mídia Digital), entidade à qual o Visão Oeste é filiado, trata-se de censura. É “uma afronta à liberdade de imprensa e ao jornalismo”. “Trata-se de uma censura ao veículo, utilizando-se do sistema de justiça. Não podemos tolerar que o judiciário seja utilizado para calar o jornalismo como em períodos sombrios da nossa história”, declarou, em nota assinada por Adriana Delorenzo, presidenta da ABMD.

Ainda de acordo com o UOL, no processo é citado que houve “tentativas infrutíferas” de contato com o Diário do Centro do Mundo por parte da parlamentar. Segundo a Justiça, a decisão de derrubar o veículo de comunicação se deu também pela “impossibilidade técnica” de suspensão apenas do link vinculado à reportagem.

Leia a nota da ABMD na íntegra:

Censura ao DCM
A Associação Brasileira de Mídia Digital (ABMD) repudia decisão da juíza Edssandra Barbosa da Silva Lourenço do Tribunal de Justiça do Tocantins que retirou do ar o site de notícias Diário do Centro do Mundo, atendendo a processo movido pela deputada estadual do PL Janad Valcari.

A ABMD considera a decisão uma afronta à liberdade de imprensa e ao jornalismo. A medida é ainda mais grave porque o veículo sequer foi notificado e teve acesso à decisão.

Trata-se de uma censura ao veículo, utilizando-se do sistema de justiça. Não podemos tolerar que o judiciário seja utilizado para calar o jornalismo como em períodos sombrios da nossa história.

Dri Delorenzo, presidenta da ABMD