Não ao retrocesso// Em evento, sindicalistas discutiram estratégias de luta contra reformas pretendidas pelo governo Temer
Em seminário realizado na terça-feira, 7, em Carapicuíba, representantes de diversos sindicatos da região discutiram estratégias de mobilização para combater a perda de direitos dos trabalhadores com as reformas da Previdência e trabalhista, pretendidas pelo governo de Michel Temer.
A reforma previdenciária prevê, entre outras medidas, o estabelecimento de idade mínima de 65 anos para aposentadoria, considerada muito alta.
As mudanças em pauta estabelecem que, para ter acesso à aposentadoria integral, o trabalhador teria de contribuir por 49 anos.
Na área trabalhista, o governo Temer pretende alterar a legislação para que o que for negociado com os sindicatos passe a valer mesmo que seja menos do que o previsto na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).
Os sindicalistas da região defendem que o negociado só se sobreponha ao legislado se houver mais vantagens ao trabalhador.
Além disso, o governo Temer quer autorizar a liberação para que as férias possam ser parceladas em até três vezes. Outra proposta em pauta é liberar a terceirização sem limites.
Também está em discussão a criação da jornada flexível, na qual o trabalhador só é chamado para trabalhador quando há demanda na empresa, e recebe proporcionalmente por isso, sem garantia de um salário fixo.
Organização e luta
“O objetivo deste seminário é retomar as lutas, em consequência da crise que estamos vivendo, das agressões aos direitos dos trabalhadores. Nós, como dirigentes sindicais, temos essa atribuição, de discutir, definir propostas e levar para os trabalhadores”, afirmou José Elias de Góis, presidente do Conselho Intersindical de Saúde e Seguridade Social de Osasco e Região (Cissor), organizador do evento.
“A organização da sociedade é extremamente necessária. Se nós não estivermos organizados, essas propostas de reforma vão passar, porque o governo tem facilidade, tem o controle do Congresso”, completou Gois.
Ele alerta ainda que, “além das reformas, querem destruir esse instrumento de defesa da classe trabalhadora, que são as entidades sindicais”.
O evento também reuniu representantes de sindicatos como Metalúrgicos de Osasco e Região, Comerciários, Bancários e Gráficos, e da Frente Brasil Popular.