A definição de Coronel Lucena (PSC) como seu candidato a vice pode ter causado uma baixa na coligação em apoio à candidatura do vereador Elissandro Lindoso, o Dr. Lindoso (Republicanos), à Prefeitura de Osasco. Ex-vereador e ex-secretário municipal Dr. Gaspar (DC) almejava a vaga, que chegou a dar como certa, e ficou contrariado por ter sido preterido.
Um dos fatores considerados para Dr. Gaspar não ter sido escolhido como vice foi o fato de a filha dele, a ex-vereadora Karen Gaspar, ser candidata a vereadora pelo MDB, que está na base de apoio à reeleição do prefeito Rogério Lins (PODE), adversário de Lindoso na disputa.
Em encontro com a imprensa regional na manhã desta terça-feira (22), Dr. Lindoso declarou: “Isso é uma coisa que entrou na discussão. Quando ele falou ‘Lindoso, eu quero ser vice’… Legal, mas como a gente vai fazer? Eu vou pôr você de vice e sua filha no MDB, na base do atual prefeito… Ficava uma coisa esquisita, não é? Então, isso é uma das coisas que a gente discutiu”.


Com a negativa para a vaga de vice, Dr. Gaspar avalia a possibilidade de ser candidato a prefeito de Osasco. Lindoso afirma que, caso não se candidate e decida manter o apoio, as portas estão abertas para que Dr. Gaspar seja seu coordenador de campanha.
“Respeito a posição dele, que ainda não decidiu, mas a relação está ótima. Se ele quiser ser candidato [a prefeito], eu respeito, cada um tem seu posicionamento e pode lutar por aquilo que acredita. Se ele decidir compor, pode vir ser o coordenador da campanha”, declarou o candidato a prefeito pelo Republicanos.
Campanha na pandemia
Outro tema do encontro de Dr. Lindoso com a imprensa regional nesta terça-feira foi o desafio de fazer campanha em meio às restrições impostas pela pandemia de covid-19. Para o candidato, “a pandemia acabou favorecendo os prefeitos no cargo, porque enquanto todo mundo estava em casa, o prefeito acabou tendo uma exposição significativa”.
Dr. Lindoso também fez críticas às ações da administração municipal no enfrentamento à pandemia. “Osasco deixou a desejar em relação ao combate à covid. Nós não tivemos hospitais de campanha, gastamos muito. Faltaram equipamentos de proteção individual para os profissionais da saúde, sem falar na falta de planejamento, organização…”.
Para ele, o município “deveria ter aproveitado estruturas que nós temos para fazer hospitais de campanha, temporários. Poderia ter montado na Fito, no [ginásio] Liberatti… Fazer uma coisa temporária para separar os pacientes de covid dos pacientes de outras doenças. Deveria também ter sido comprado um monte de testes [de covid-19] e não foi feito isso”.
Mandato como vereador
Dr. Lindoso ressaltou o foco na área da saúde que teve ao longo de seu primeiro mandato como vereador, eleito como o mais votado do município, e medidas de austeridade adotadas como presidente da Câmara Municipal de Osasco, entre 2017 e 2018, com a redução dos gastos com alugueis, entre outros.
“Fiz o que podia, economizei R$ 31 milhões e enviei para o prefeito. Falei: ‘prefeito, invista na saúde’. Como presidente, fiz o corte na máquina administrativa para poder enxugar a máquina e economizar recursos. E, como vereador, todas as minhas emendas parlamentares eu destinei para a saúde”, destacou o candidato a prefeito.
Bolsodoria
Dr. Lindoso comentou ainda o apoio que deu às eleições de Jair Bolsonaro (sem partido) e João Doria (PSDB) a presidente e governador, respectivamente, nas eleições de 2018 e o racha entre os dois após assumirem os cargos.

“Na eleição, nós apoiamos naquele momento quem nós acreditamos. Os dois venceram. E eu torço muito para que dê certo, não posso torcer para que dê errado, até porque um é governador do meu estado e o outro é presidente do meu país. Com relação a desentendimentos, é com eles. Quero muito que o governo dê certo, porque isso influencia diretamente na vida das pessoas. E a presidência da República, da mesma forma”, afirmou o candidato a prefeito de Osasco.