Leandro Conceição
A Secretaria de Esportes de Osasco está montando um time de futebol de campo feminino. A equipe disputará os próximos Jogos Regionais, que será realizado em Barueri, em julho. O plano é que “em médio prazo” a cidade tenha um time de destaque.
Esta semana foram realizadas peneiras com a participação de dezenas de atletas para a escolha do elenco. Serão selecionadas 25 jogadoras.
Entre as participantes do processo seletivo, as jovens Larissa Ribeiro, 16, Tayla Andressa dos Santos, 16, e Dayane Brandão, 14. “Futebol é meu talento, é o que eu amo fazer”, afirma Larissa. Dayane é ainda mais enfática: “futebol é minha vida”.
“Futebol é minha vida”, diz jovem
As três jogam desde pequenas e reclamam de já ter sofrido preconceito. “Me chamavam de Maria Homem, diziam que futebol era coisa de ‘sapatão’. Mas aos poucos estamos vencendo o preconceito”, avalia Larissa.
Tayla lembra que “no começo havia uma certa resistência dos pais”. “Mas viram que eu tenho talento e passaram a me apoiar”.
Elas sonham seguir os passos de estrelas do esporte, como as atacantes Marta e a osasquense Cristiane. “Todas chegam aqui se dizendo atacantes, como a Marta, a Cristiane. Eu avalio se sabem dominar a bola, conduzir, e tenho de descobrir a posição em que podem jogar”, afirma o técnico do time, João Lúcio Pereira.
Já a dispensa “é triste para todos”, diz ele. Dayane, aos 14 anos, participava de sua primeira peneira na segunda-feira, 22, no campo da Ford, em Presidente Altino. E se for reprovada? “Faz parte da vida levar ‘nãos’, mas não podemos desistir”.
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Objetivo é ser “time de destaque”
O técnico João Lúcio Pereira afirma que o objetivo do time feminino de futebol de campo de Osasco, que está sendo montado, é ser uma equipe de destaque “em médio prazo, dois ou três anos”. “Queremos um time de destaque, como há no vôlei, no futsal”, garante.
Moradora do Jaguaribe, a jovem Larissa Ribeiro, que participou de peneira por vaga na equipe esta semana, “é muito bom surgir uma oportunidade para o futebol feminino mostrar que também pode representar bem a cidade”.
O treinador reclama da falta de apoio e atenção da mídia ao futebol feminino no país. A modalidade “precisa de investimento, incentivo”, diz.