Após ter sido convocado para depor na CPI da Covid-19, Luciano Hang, dono da rede de lojas Havan, usou as redes sociais para dizer que recebeu a informação com “tranquilidade”. O empresário publicou, na noite desta quarta-feira (30), uma nota em que diz estar à disposição para prestar esclarecimentos à Comissão.
A CPI investiga se o apoiador do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) teria financiado plataformas e sites para promover Cloroquina e Ivermectina, medicamentos por ele defendidos no chamado “tratamento precoce” contra a covid-19, mesmo sem eficácia comprovada, como atestam diversos estudos e autoridades de saúde internacionais.
“Assim que a pandemia chegou ao país, no começo de 2020, sempre deixei claro que temos dois inimigos: o vírus e o desemprego. Me posicionei a favor da saúde, sem deixar de lado os cuidados com a economia”, declarou, em nota, o empresário, que protagonizou episódios de aglomeração ao inaugurar lojas em cidades como Belém (PA) e Teresina (PI).
No texto, Hang citou ainda sua oposição às medidas dos governos estaduais, como o fechamento de comércios para conter a disseminação do vírus, criticada diversas vezes pelo presidente. “Lutei publicamente para que as indústrias, empresas, comércios, escolas e demais atividades seguissem abertas, mantendo emprego e sustentando famílias”.
“Também me empenhei na luta pela compra e doação de vacinas ela iniciativa privada. Lançamos um abaixo-assinado com o objetivo de mudar a Lei para acelerar o processo de vacinação no Brasil e, consequentemente, diminuir a fila do SUS”, continuou o empresário, que comentou sobre ter contraído o vírus e ter perdido a mãe para a doença.
O empresário, que inaugurou uma loja da Havan em Osasco recentemente, disse que defendeu a compra da vacina para conseguir imunizar seus funcionários e dar a mesma oportunidade aos outros empresários. Hang afirmou que manteve seus 20 mil colaboradores e que deixou em casa gestantes e demais funcionários do grupo de risco.
“Mostre para queles 7 palhaços como se faz”, diz dono do Madero em apoio a Hang
As declarações de Luciano Hang foram defendidas pelo chef Júnior Durski, dono da rede Madero. “Vai lá guerreiro e mostre para aqueles 7 palhaços como se faz para ajudar o Brasil, eles, exceto roubalheira, nunca fizeram nada, na raça e na legalidade nunca ganharam nada! Tamo junto”, declarou o empresário, em referência aos membros da CPI da Covid no Senado.
Segundo o “Valor Econômico”, o dono do Madero soma dívida de R$ 2,4 bilhões junto a fornecedores, bancos e impostos. O empresário, assim como o presidente Jair Bolsonaro e Luciano Hang criticou as medidas de isolamento social, chegou a demitir centenas de funcionários em meio à pandemia.

Leia a nota publicada por Luciano Hang na íntegra:
“Recebo com tranquilidade a notícia da possível convocação para a CPI da Covid-19 e estou à disposição para qualquer esclarecimento. Nada melhor do que a verdade para elucidar os fatos.
Assim que a pandemia chegou ao país, no começo de 2020, sempre deixei claro que temos dois inimigos: o vírus e o desemprego. Me posicionei a favor da saúde, sem deixar de lado os cuidados com a economia do Brasil. Lutei publicamente para que as indústrias, empresas, comércios, escolas e demais atividades seguissem abertas, mantendo os empregos e o sustento das famílias.
Intensifiquei as doações e incentivos à saúde. Compramos 200 cilindros de oxigênio para Manaus (AM), no valor de quase R$ 1 milhão, durante o período mais crítico do estado. A Havan destinou mais de R$ 5 milhões para áreas da saúde em 2020. Doamos respiradores, macas, roupas de cama, utensílios de cozinha e máscaras descartáveis a diversos hospitais. Custeamos a vinda de profissionais da saúde de outros estados para fortalecer o atendimento na região de Brusque (SC). E, com a união de empresários da cidade, conseguimos doar testes e medicamentos à Secretária de Saúde.
Até hoje mantivemos todos os nossos 20 mil colaboradores, não desligamos nenhum por conta da pandemia e deixamos gestantes, pessoas com comorbidades e grupo de risco em casa. Continuamos investindo, abrindo lojas e acreditando no Brasil.
Além disso, também me empenhei na luta pela compra e doação de vacinas pela iniciativa privada. Lançamos um abaixo-assinado com o objetivo de mudar a Lei para acelerar o processo de vacinação no Brasil e, consequentemente, diminuir a fila do SUS. Abraçamos essa causa, pois queríamos muito conseguir imunizar os trabalhadores e também dar a chance de outros empresários fazerem o mesmo.
Eu mesmo peguei o vírus, perdi a minha mãe e amigos muito próximos. Acredito na importância de trabalharmos juntos para vencer essa guerra. É preciso buscar soluções para os problemas.
Por fim, continuo onde sempre estive: do lado do Brasil e dos brasileiros. Vamos em frente!”
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