Início Saúde Uso excessivo de telas afeta cérebro e comportamento de crianças e adolescentes,...

Uso excessivo de telas afeta cérebro e comportamento de crianças e adolescentes, alerta estudo

0
celular sala de aula criança
Foto: ArtPhoto_studio/ Freepik

Um estudo conduzido pelo pesquisador brasileiro Gabriel Lopes, da Logos University International, revela os impactos negativos do uso prolongado de telas digitais no cérebro e no comportamento, especialmente em crianças e adolescentes.

A revisão, intitulada “Tela, Cérebro e Comportamento: Evidências Neurocientíficas Sobre os Efeitos Negativos do Uso Prolongado”, analisa três pesquisas internacionais que demonstram a complexa relação entre tecnologia, saúde mental e desenvolvimento cerebral.

A primeira pesquisa, de Sultana e colaboradores (2020), destaca o aumento dos problemas de saúde física e mental, como miopia e sedentarismo, em crianças que ultrapassaram duas horas diárias de tela durante a pandemia. O estudo sugere que estilos de vida ativos podem minimizar esses efeitos.

Marciano et al. (2021) investigaram os efeitos do tempo de tela no cérebro de adolescentes, constatando alterações em funções cognitivas como autocontrole e tomada de decisões. Os pesquisadores alertam para o risco de comportamentos aditivos relacionados às atividades digitais e enfatizam a importância da qualidade, além da quantidade, do tempo de tela.

O terceiro estudo, de Limone e Antonia Toto (2022), aborda os efeitos psicológicos do uso excessivo de tecnologia em jovens de 14 a 18 anos, destacando problemas como distúrbios do sono e impactos no bem-estar emocional. Os autores defendem intervenções públicas e estratégias de prevenção para promover o uso equilibrado de dispositivos digitais.

O Professor Gabriel Lopes destaca que as evidências apontam para uma necessidade urgente de orientações mais claras sobre o uso saudável da tecnologia, considerando as complexidades envolvidas.

“Não se trata apenas de limitar o tempo de tela, mas de entender como o ambiente digital pode ser estruturado para minimizar danos e maximizar benefícios”, afirmou o pesquisador.

Estratégias para reduzir os impactos negativos da tecnologia no cotidiano

Diante das evidências apresentadas pelo Professor Gabriel Lopes e sua revisão, pais, escolas e responsáveis têm papel fundamental na redução dos efeitos adversos do uso de telas.

Especialistas recomendam estabelecer limites diários para o tempo de tela, ajustados às diferentes idades. Por exemplo, crianças de até cinco anos devem evitar mais de uma hora diária de uso, enquanto adolescentes devem buscar um equilíbrio entre atividades digitais, exercício físico e interações sociais reais.

Focar na qualidade do conteúdo é igualmente essencial, de acordo com estudiosos. Incentivar o uso de aplicativos educacionais ou interativos pode transformar o tempo de tela em uma experiência produtiva. Além disso, pausas frequentes ajudam a reduzir a fadiga visual e mental.

No ambiente escolar, a introdução de programas de educação digital é uma excelente prática. Esses programas ensinam os alunos a usar a tecnologia de forma consciente e a compreender os impactos psicológicos e sociais do uso excessivo.

Por fim, criar um diálogo aberto com crianças e adolescentes sobre como eles usam a tecnologia pode ser decisivo. A professor defende que a orientação equilibrada, combinando limites claros e apoio emocional, é o melhor caminho para garantir que a relação dos jovens com a tecnologia seja saudável e construtiva.

LEIA TAMBÉM// Nova lei proíbe uso de celular nas escolas públicas e particulares em São Paulo