Evangélico, o presidente da Câmara de Osasco, Ribamar Silva (PSD), ressalta que é contra o aborto, mas criticou os manifestantes que foram à porta do hospital protestar contra a interrupção da gravidez da menina de 10 anos que engravidou após ser estuprada pelo tio, no Espírito Santo.
“Fico preocupado com o comportamento de grupos extremistas diante do fato que aconteceu com a garotinha de 10 anos, do Espírito Santo. Não estou levantando a bandeira do aborto. Como cristão, serei SEMPRE a favor da vida. Mas não posso ignorar o fato de que uma criança abusada durante anos tenha ainda que encarar a maternidade. Com 10 anos!”, declarou Ribamar Silva, em postagem nas redes sociais nesta terça-feira (18).
“Confiamos na justiça de Deus para absolutamente TUDO, e no Judiciário, que tomou a decisão baseada na legislação brasileira. Vamos nos unir em oração para que Deus ampare e recupere a infância perdida dessa garotinha e de tantas outras crianças que sofrem abusos sexuais, na maioria dos casos, dentro do círculo familiar”, completou o presidente da Câmara de Osasco.
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Tio estuprador foi preso
Da Agência Brasil
A Polícia Civil do Espírito Santo confirmou a prisão do suspeito de estupro da menina de 10 anos. A prisão ocorreu na madrugada desta terça-feira (18), na região metropolitana de Belo Horizonte, em Minas Gerais.
O governador Renato Casa Grande postou, em sua conta no Twitter, mensagem sobre a prisão. Ele escreveu que a prisão “sirva de lição para quem insiste em praticar um crime brutal, cruel e inaceitável dessa natureza”.
Nessa segunda-feira (17), o Ministério Público do Espírito Santo (MPES) abriu investigação para apurar o vazamento de informações sobre o caso. De acordo com o MP, as questões envolvendo. crianças e adolescentes são sigilosas e a divulgação constitui crime.
A descoberta da situação ocorreu na semana passada após a criança ter sido levada para um hospital em São Mateus (ES) com sintomas de gravidez. No local, exames confirmaram que a gravidez era de três meses.
O caso provocou revolta na cidade e mobilização nas redes sociais. Segundo o MP, a Justiça determinou que o Facebook, Twitter e Google retirem da internet publicações que expuseram o nome da criança e o hospital onde ela fez o procedimento de aborto legal, autorizado pela Justiça. Além disso, os promotores relatam que grupos teriam ameaçado familiares da vítima.
Em nota, o Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos informou que acompanha as investigações para ajudar na responsabilização do acusado.