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Carol Nogueira
O Dia do Samba foi comemorado no dia 2 de dezembro em todo Brasil e, para celebrar, houve um encontro de sambistas no Theatro Municipal de São Paulo. A data marcou também a homologação do registro do samba urbano paulista como “patrimônio imaterial” pelo Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histório, Cultural e Ambiental da cidade de São Paulo (Conpresp). Os artistas buscam, agora, o registro do samba rural paulista.
Na própria festa do Municipal, a expressão rural do samba foi apresentada pela artista Maria Esther, com o grupo de samba de roda de Pirapora do Bom Jesus. A cidade é considerada berço do samba paulista por Mario de Andrade. Acompanhando o ritmo rural estavam Osvaldinho da Cuíca, Germano Mathias, Beth Carvalho, Leci Brandão, Dona Inah, Riachão e Quinteto em Preto e Branco.
Samba rural paulista pode ser registrado como patrimônio
O samba rural ou samba de bumbo tem essa nomenclatura por ser realizado no interior e surgiu com os escravos nas fazendas de café. Tem como principal característica o uso de instrumentos de percussão: zabumba, caixa, surdo e chocalho e o ritmo segue uma regra africana, em que o instrumento mais grave é o solista e as cantigas são improvisadas, compostas por apenas quatro versos que se repetem.
Com o tempo o ritmo se modificou e adquiriu características do samba carioca, como uso de violão, cavaquinho, etc. As letras deixaram de ser improvisadas e a música paulista aproximou-se do estilo Partido Alto, do Rio de Janeiro, que atualmente é o samba das escolas no carnaval.
De acordo com o arte-educador e coordenador da casa do samba de Pirapora do Bom Jesus, João Mario Machado, o reconhecimento deve sair em aproximadamente dois anos. “O registro é importante para dar condições e executar os planos de salva guarda, políticas públicas entre outros”, garante.